O caso do influencer Hytalo Santos, preso na última sexta-feira (15) em São Paulo, junto ao marido, Israel Nata Vicente ganhou mais um capítulo após uma investigação, divulgada pelo Fantástico, realizada pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil revelar detalhes sobre o que acontecia com os adolescentes que viviam sob o controle de Hytalo e do marido. Eles são acusados de tráfico de pessoas e exploração sexual de menores.
Ex-funcionários relataram que jovens eram submetidos a rígidas regras na mansão do influenciador, em João Pessoa (PB). Segundo depoimentos, Hytalo decidia quando podiam comer, dormir ou usar o celular. Festas eram frequentes e o consumo de bebidas alcoólicas era liberado para os adolescentes. Uma ex-funcionária afirmou ainda que a alimentação era controlada e que os ambientes da casa eram precários.
De acordo com as denúncias, os adolescentes participavam diariamente de gravações para as redes sociais, muitas vezes em coreografias sensuais, o que gerava lucro ao influenciador por meio de publicidade, rifas e sorteios. As investigações apontam que uma adolescente engravidou enquanto vivia na casa, mas perdeu o bebê.
Além disso, os jovens teriam a frequência escolar prejudicada. Alguns passavam mais de 50 dias fora da escola para acompanhar viagens de gravação. Os pais recebiam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil mensais para permitir que os filhos morassem com o influenciador, mas conselheiros tutelares relatam não ter recebido denúncias formais.
Após repercussão nacional, as plataformas digitais bloquearam as contas de Hytalo. Meta, YouTube e TikTok afirmam que os perfis violaram políticas de segurança infantil e que os canais foram banidos.
A defesa do casal nega as acusações, alega que não houve tentativa de fuga e considera a prisão um “exagero”. Já o Ministério Público sustenta que há provas de aliciamento e exploração de menores. Os adolescentes foram devolvidos às famílias após a prisão.
Habeas Corpus negado
O influenciador e o marido passaram por audiência custódia neste sábado (16), realizada de forma virtual pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O objetivo da sessão foi verificar a legalidade da prisão preventiva, que acabou sendo mantida pela Justiça.
Conforme o delegado Fernando David de Melo Gonçalves, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), era certo que eles estavam fugindo para fora do Brasil, provavelmente pela região Sul do país.
A defesa do casal entrou com pedido de habeas corpus e alegou inocência, contudo a Justiça da Paraíba negou o pedido e manteve a prisão preventiva dos dois acusados. A decisão de indeferir o pedido veio da desembargadora plantonista Lilian Correia Cananéa.