A operação da Polícia Federal que impôs o uso de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro gerou reações intensas entre aliados, opositores e familiares do ex-presidente. Políticos de diferentes espectros comentaram o episódio nas redes sociais nesta sexta-feira (18).
Entre os aliados, o tom foi de indignação. O deputado Eduardo Bolsonaro criticou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo ele, Moraes “redobrou a aposta” após as mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Eduardo condenou as restrições impostas pelo Supremo, que incluem o uso da tornozeleira, a proibição de acessar redes sociais, o recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana, além do veto ao contato com embaixadas e diplomatas.
Flávio Bolsonaro, senador pelo PL do Rio de Janeiro, também reagiu e classificou as medidas como “proposital humilhação”. “Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes”, afirmou.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, divulgou nota oficial em nome do partido. O texto expressa “estranheza e repúdio” à operação da Polícia Federal e afirma que Bolsonaro “sempre esteve à disposição das autoridades“.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, também lamentou publicamente a decisão judicial.
Entre os opositores, o clima foi de comemoração. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) celebrou o que chamou de vitória do Estado de Direito contra o “golpismo transnacional”. Ele lembrou que Moraes impôs a tornozeleira a Bolsonaro após uma representação que ele próprio protocolou contra Eduardo Bolsonaro.
“Ao denunciar a tentativa de Tarcísio de facilitar a fuga de Jair, reforçamos a urgência da medida cautelar”, escreveu Lindbergh.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS), diversas vezes agredida por Bolsonaro, disse que a operação “diminui o risco de fuga do ex-presidente acusado de uma série de crimes”.
“Não dá pra deixar esse criminoso fugir. Bolsonaro começa a ser responsabilizado por seus crimes contra o Brasil”, afirmou.
O secretário nacional de Comunicação do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), divulgou um vídeo para comentar a operação. Ele agradeceu ao STF e afirmou que temia que Bolsonaro escapasse do país como, segundo ele, fez Eduardo Bolsonaro. “Golpista tem que ir para a cadeia”, disse Tatto.