O Sistema Único de Saúde (SUS) pode enfrentar um cenário de colapso em menos de uma década caso o país não avance na organização e unificação dos dados de saúde. O alerta foi feito pelo deputado federal e médico Ismael Alexandrino (PSD-GO) durante evento da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FESAÚDE), realizado na segunda-feira (8), em São Paulo.
Alexandrino apresentou projeções que reforçam a necessidade de modernizar a gestão do SUS e integrar informações que hoje estão dispersas nas redes pública, privada e do terceiro setor. Segundo ele, a falta de dados estruturados impede que gestores entendam com precisão o impacto das doenças crônicas, oncológicas e de saúde mental — responsáveis pela maior parte dos atendimentos no sistema.
O parlamentar defende a aprovação do Projeto de Lei 3719/2025, que estabelece diretrizes para a transformação digital da saúde e para a troca segura de informações entre diferentes plataformas. O objetivo é padronizar sistemas, eliminar cadastros duplicados e evitar a repetição de exames, fatores que hoje sobrecarregam profissionais e elevam custos.
Estudos do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimam que a integração de dados pode gerar economia superior a R$ 100 bilhões por ano, reduzindo desperdícios em até 20% na rede pública. Na saúde suplementar, a redução de custos pode chegar a 18%.
Para Francisco Balestrin, presidente da FESAÚDE, a padronização de informações é fundamental para garantir previsibilidade e para orientar políticas públicas. Ele destaca que, em um país com mais de 213 milhões de habitantes, a interoperabilidade digital é um passo necessário para mapear doenças, projetar demandas e organizar o cuidado.
O PL 3719/2025 segue em tramitação nas comissões de Ciência e Tecnologia, Saúde e Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e pode ser votado em plenário no primeiro semestre de 2026.









