A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o indiciamento do parlamentar. A investigação aponta o uso irregular de recursos da cota parlamentar para cobrir despesas que não condizem com a atividade legislativa.
Um dos pontos centrais do relatório policial envolve um imóvel em Goiás mantido com dinheiro público. Segundo os investigadores, o local oficialmente destinado ao escritório político do deputado operava, na prática, como uma escola de inglês e um estabelecimento comercial.
Com base nas provas colhidas, a PF atribui a Gayer a prática de quatro crimes: peculato (desvio de valores públicos), associação criminosa, falsidade ideológica e falsificação de documento particular. Como o caso envolve autoridade com foro privilegiado, o processo tramita no STF sob sigilo. Vale ressaltar que o indiciamento é um ato da autoridade policial e não equivale a uma condenação judicial; a culpa só é formada após o trânsito em julgado do processo.
Origem das provas
As suspeitas sobre o desvio da cota ganharam força após a perícia no celular de João Paulo de Sousa Cavalcante, assessor de Gayer. O aparelho havia sido apreendido em uma fase anterior das investigações, que mirava os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O cruzamento desses dados revelou inconsistências nos gastos apresentados.
Ainda em outubro de 2024, a PF deflagrou uma operação de busca e apreensão no apartamento funcional do deputado em Brasília e em endereços em Goiânia, onde foram recolhidos arquivos e dinheiro em espécie na casa de um auxiliar.
Em despachos anteriores referentes a este inquérito, o STF chegou a descrever o parlamentar como a “peça central” do suposto esquema. Na ocasião das buscas, Gustavo Gayer negou ter cometido irregularidades e classificou a operação policial como “surreal”.








