Nos últimos anos, o turismo de aventura — modalidade que atrai viajantes em busca de experiências intensas em meio à natureza — tem se tornado cada vez mais popular. No entanto, o crescimento desse tipo de atividade, que inclui trilhas, escaladas, voos de parapente e expedições em locais remotos, também aumenta a exposição dos turistas a riscos extremos.
Casos de morte envolvendo brasileiros que embarcaram nesse tipo de jornada costumam ganhar repercussão, especialmente após o trágico episódio da publicitária Juliana Marins, que morreu após cair de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.
A seguir, relembre cinco brasileiros que perderam a vida em diferentes países enquanto praticavam atividades ligadas ao turismo de aventura:
Edson Vandeira

O brasileiro era um montanhista e fotógrafo de 36 anos, natural de Campo Grande (MS) e morava em Huaraz, no Peru (aproximadamente 400 km da capital Lima).
Ele estava no Nevado Artesonraju, na Cordilheira Blanca, e iniciou a escalada no dia 29 de maio com dois peruanos — Pretel Alonzo Homer Efraín, de 34 anos, e Picón Huerta Jesús Manuel, de 31 anos — que eram guias do Centro de Estudos de Alta Montanha do Peru.
A expectativa era de que retornassem no domingo, 1º de junho, após concluir uma rota técnica até o cume da montanha. Como não fizeram mais contato na data esperada, equipes de busca e salvamento foram acionadas. Somente no dia 22 de junho os corpos foram encontrados.
Edson fez trabalhos para o National Geographic e o History Channel.
Marcelo Delvaux

O caso de Marcelo Motta Delvaux, montanhista de 55 anos, desses, 25 de experiência, também se passa no Peru. O mineiro, de Juiz de Fora, morreu durante uma escalada no Nevado Coropuna, um vulcão localizado na região de Arequipa.
Marcelo desapareceu em 30 de junho de 2024, quando não conseguiram mais contato. As buscas foram iniciadas em 4 de julho, com a criação de uma arrecadação online para custear o resgate.
Era esperado que ele retornasse no dia 1º de julho, mas isso não aconteceu. Marcelo caiu em uma fenda muito profunda na montanha e, provavelmente, morreu na hora.
A família foi informada sobre esse fato em 7 de julho.
Rodrigo Raineri

O cenário agora se passa no Paquistão com o parapentista e alpinista Rodrigo Raineri de 55 anos. Ele morreu em 4 de julho de 2024 após um acidente envolvendo um parapente na região do K2, a segunda montanha mais alta do mundo, ficando atrás apenas do Everest.
O acidente ocorreu porque o parapente fechou de um dos lados, fazendo com que ele entrasse em uma espiral e acabasse se chocando com a montanha.
Rodrigo, de Ibitinga (SP), já havia escalado o Monte Everest e guiado expedições a diversas montanhas.
Dennis Cosmo Marin

Agora, na Argentina, o turista brasileiro Dennis Cosmo Marin, de 37 anos, morreu em 2 de novembro de 2022, em Ushuaia. O publicitário era de São Paulo e estava em uma viagem de Kombi com sua gata de estimação pela América do Sul, que já durava quase 4 anos.
Ele foi atingido por um bloco de gelo que se desprendeu do teto da Caverna de Jimbo (também conhecida como Caverna de Gelo), uma formação glacial localizada no Parque Nacional da Terra do Fogo.
O acesso à caverna era proibido desde 2021, devido ao risco de desabamento e queda de gelo, fato sinalizado por placas no local. Um vídeo circulou nas redes sociais mostrando o momento em que o brasileiro foi atingido pelo bloco de gelo.
Sandro Godoy

O montanhista curitibano Sandro Godoy, de 45 anos, subia o Cerro Trinidad, no Panamá, junto de sua namorada Queila Souza. Eles haviam completado o percurso e começaram a volta, mas Queila escorregou e caiu desacordada cerca de 200 metros da trilha.
Ele, quando foi socorrê-la, acabou picado por uma cobra venenosa. Ao amanhecer, a namorada o encontrou deitado numa pedra pensando que ele estava dormindo, mas ele já se encontrava sem vida.
A família arrecadou cerca de 35 mil reais para fazer o traslado do corpo com a venda de água em sinais de trânsito.