Com o início do “Dezembro Vermelho”, campanha nacional de conscientização sobre o HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), as unidades de saúde em Goiás iniciam, a partir deste domingo (1º), uma mobilização para ampliar o diagnóstico e o acesso ao tratamento. A data marca o Dia Mundial de Luta contra a Aids e serve de alerta para os índices da doença no estado, que registrou mais de 21 mil casos de HIV entre 2010 e novembro de 2025.
Dados do Painel de Indicadores de Saúde mostram que a mortalidade pela síndrome em Goiás, em 2024, foi de 4,3 óbitos por 100 mil habitantes, número superior à média nacional registrada no ano anterior (3,9). Diante deste cenário, a estratégia adotada pelo sistema público baseia-se na “Prevenção Combinada”. O método vai além do uso de preservativos, integrando testagem regular e o uso de medicamentos profiláticos como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), ambos disponíveis gratuitamente pelo SUS.
A meta, alinhada aos objetivos da ONU (Unaids), é garantir que 95% das pessoas vivendo com HIV sejam diagnosticadas; destas, que 95% estejam em tratamento; e que 95% atinjam a carga viral indetectável — estágio em que o vírus não é transmitido sexualmente.
Ações na região metropolitana
Em Aparecida de Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde descentralizou a testagem. Além das 42 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), haverá equipes itinerantes em locais de grande circulação. O cronograma inclui a UPA Buriti Sereno (01/12), o Buriti Shopping (12 a 14/12) e, em uma estratégia de busca ativa, ações em motéis da cidade no dia 16 de dezembro. O município contabilizou 1.723 casos nos últimos quatro anos, com uma recente tendência de queda atribuída à adesão à PrEP.
Mobilização em Anápolis
Já em Anápolis, a abertura da campanha ocorre na próxima segunda-feira (2), na Praça Americano do Brasil, no Centro. Das 8h às 12h, a população terá acesso a testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites, além de atualização do cartão de vacina. O foco das ações no município é combater o estigma que afasta pacientes do tratamento e orientar sobre como acessar as profilaxias de emergência.
Como buscar atendimento
Os testes rápidos oferecidos pelo SUS são sigilosos, não exigem jejum e o resultado fica pronto em cerca de 20 a 30 minutos. Em caso positivo, o paciente é imediatamente encaminhado para o tratamento com antirretrovirais, fundamental para garantir qualidade de vida e interromper a cadeia de transmissão.








