Mais um. O deputado federal Ismael Alexandrino deixou o PSD nesta terça-feira, 18.
Faz parte agora da crescente lista de ex-aliados do senador Vanderlan Cardoso no cenário político goiano.
A renúncia aos cargos de presidente do PSD metropolitano e vice-presidente do diretório estadual da sigla simboliza não apenas uma ruptura pessoal.
Evidencia o que já virou um padrão na trajetória política do ex-prefeito de Senador Canedo: a dificuldade crônica de manter alianças e formar um grupo de sustentação amplo e sólido.
Ismael formalizou seu distanciamento de Vanderlan enviando ofício ao próprio, que preside o PSD goiano e ano passado perdeu as disputas para as prefeituras de Goiânia (começou como favorito e terminou em quarto lugar) e Senador Canedo (sua esposa, Izaura, ficou em terceiro).
A decisão de Ismael ocorre em meio a críticas generalizadas de pessedistas à falta de rumo e diálogo no partido, especialmente:
1) na definição de apoio para o governo estadual;
2) em como se dará a escolha interna do candidato ao Senado, para eventualmente compor a chapa governista;
3) e no fechamento de chapas proporcionais – candidatos a deputado federal e estadual.
O estopim da decisão de Ismael Alexandrino foi a destituição, na última sexta-feira, 14, do ex-deputado estadual Samuel Almeida da secretaria-geral do diretório.
A destituição de Samuel aconteceu justo quando ele acabara de ser nomeado diretor da CelgPar. Justo, portanto, quando ele assume cargo de destaque no governo de Ronaldo Caiado (União Brasil).
Ismael vinha há algum tempo mostrando decepção em relação a Vanderlan. Só perdia, nesse aspecto, a um neo-pessedebista: o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha.
Mendanha chegou ao PSD este ano com discurso de candidato a senador. Semanas atrás, Vanderlan deixou claro que o candidato ao Senado, à reeleição, será ele.
Sem espaço à vista para seu projeto, Mendanha mostrou clara insatisfação e passou a deixar em aberto a possibilidade de deixar a legenda.
Dentro do PSD, a lista de ex-aliados de Vanderlan é extensa e emblemática. A começar por Vilmar Rocha, ex-deputado federal e antecessor no comando do partido em Goiás.
Francisco Júnior, presidente da Codego e ex-deputado federal, também figura entre aqueles que já caminharam ao lado do senador e hoje mantêm distância.
Fora do PSD, a lista é maior.
Vanderlan acumula arestas com praticamente todas as principais lideranças do Estado: o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o vice-governador Daniel Vilela (MDB), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Wilder Moraes (PL).
Estes e outros nomes – como o de Iris Rezende – compõem um mosaico de relações desgastadas que atravessa todo o espectro político goiano.
Paradoxalmente, é em Senador Canedo, cidade que deveria ser a base sólida do projeto político de Vanderlan para o cenário estadual, que algumas das rupturas mais simbólicas se manifestam.
O ex-prefeito Misael Oliveira e o atual prefeito, Fernando Pellozo (UB), ambos outrora integrantes do grupo do senador, hoje mantêm distância prudente dele, com declarações muitas vezes nada lisonjeiras.
As eleições municipais de 2024 apontaram a caminhada para o isolamento de Vanderlan, com o lançamento da esposa, Izaura Cardoso, como candidata em Senador Canedo.
Foi uma tentativa de manter influência na cidade que o projetou politicamente, ao mesmo tempo que buscava eleger-se pessoalmente prefeito da Capital.
O movimento, no entanto, evidenciou a fragilidade de seu capital político. Mirou nas duas cidades, ficou sem nenhuma.










