Um professor ganês viveu uma situação inusitada que repercutiu em todo o Brasil em 2015. Ao tentar viajar de São Paulo para Georgetown, capital da Guiana, ele acabou embarcando por engano para Goiânia, após confundir a pronúncia dos nomes das cidades no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Emmanuel Akomanyi, natural de Gana, contou à imprensa na época que economizou por dois anos para realizar o sonho de estudar medicina com uma bolsa em uma universidade guianense. No entanto, o pedido feito a um funcionário de uma agência de turismo acabou resultando em uma passagem para a capital goiana. O erro foi percebido apenas quando o professor já estava dentro de um táxi, no dia 14 de fevereiro de 2015, e mostrou o endereço da instituição ao motorista — que o alertou de que ele estava em outro país.
Sem dinheiro para seguir viagem, Emmanuel foi acolhido por funcionários do Aeroporto Santa Genoveva e hospedado em um hotel simples com ajuda de doações. Em seguida, foi abrigado por uma moradora de Goiânia, Lourdes Ricardo, que iniciou uma campanha para arrecadar recursos e garantir o restante da viagem do ganês até a Guiana.
Com o apoio de voluntários, Emmanuel finalmente embarcou para Georgetown no dia 24 de fevereiro de 2015. A despedida no aeroporto goiano foi marcada por aplausos e fotografias, e o professor chegou ao destino desejado com emoção. Já em território guianense, ainda enfrentou um pequeno impasse na alfândega por causa do visto de estudante, mas logo teve a entrada liberada.
Lá, iniciou o curso de medicina, mas, sem bolsa de estudos e recursos para se manter, precisou interromper a formação e retornar ao Brasil em 2016.
De volta ao país, o professor foi acolhido por membros de uma igreja evangélica em São Paulo, onde trabalhou no comércio e aprendeu português. Determinado a seguir o sonho, estudou para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, em 2023, foi aprovado em medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Hoje, aos 33 anos, Emmanuel mora em Salvador e cursa o segundo ano da faculdade. (informações do G1)
A história, marcada por solidariedade e uma confusão linguística, terminou com final feliz — e virou um dos casos mais curiosos de “turismo acidental” registrados no Brasil.









