Um novo trabalho científico detalha como o bronzeamento artificial prepara o terreno para o surgimento de múltiplos melanomas ao longo da vida. Combinando análise epidemiológica e sequenciamento molecular, os autores provaram que a radiação ultravioleta artificial eleva substancialmente a proporção de mutações em genes associados ao câncer de pele.
Diferenças entre os tipos de câncer de pele
O estudo reforça a periculosidade do melanoma em comparação a outros tumores cutâneos menos letais. Confira as distinções que os especialistas apontam:
| Tipo de Câncer | Características Principais | Comportamento |
| Melanoma | Surge como uma pinta que muda de cor ou tamanho. | Altamente agressivo; espalha-se para pulmões e cérebro. |
| Basocelular | Aparece como ferida que não cicatriza. | Crescimento lento; raramente gera metástase. |
| Espinocelular | Frequentemente surge em áreas expostas como cabeça e pescoço. | Mais agressivo que o basocelular, especialmente em imunossuprimidos. |
A World Health Organization (WHO) classifica as câmaras de bronzeamento no Grupo 1 de carcinógenos, o mesmo patamar do tabaco. Os dados mostram que os usuários intensivos (alguns com mais de 750 sessões) carregam assinaturas de mutação específicas, como a SBS11, que indicam o colapso genético causado pela exposição artificial.
Para João Duprat, do A.C.Camargo Cancer Center, o diagnóstico precoce define a cura. Enquanto o melanoma se manifesta em pintas irregulares, os carcinomas costumam se apresentar como feridas persistentes por mais de um mês. Os novos dados tornam insustentável qualquer alegação de segurança para o bronzeamento artificial, que amplia silenciosamente a área onde o câncer pode brotar anos depois.







