Bruno Henrique é indiciado pela PF por suposta manipulação de jogo no Brasileirão de 2023

Atacante do Flamengo teria combinado com o irmão o recebimento de um cartão amarelo para favorecer apostas. Caso já havia sido arquivado pelo STJD, mas ganha novo fôlego com avanço das investigações federais.

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Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de investigação da PF — Foto: Alexandre Durão

A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suspeita de participação em um esquema de manipulação de resultado no Campeonato Brasileiro de 2023. O jogador teria forçado um cartão amarelo em partida contra o Santos para beneficiar apostadores — entre eles, seu irmão e outros parentes.

O caso veio à tona após análise do celular de Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta. Nele, os investigadores encontraram mensagens que sugerem uma possível combinação entre os dois sobre o momento exato em que Bruno Henrique tomaria o cartão — algo que, segundo a PF, pode configurar fraude esportiva e estelionato.

Em uma conversa datada de 29 de agosto de 2023, Wander pergunta se o irmão já havia acumulado dois cartões. Ao confirmar que sim, Bruno Henrique ouve do irmão: “Quando o pessoal mandar tomar o 3, liga nós hein kkkk”. O jogador responde: “Contra o Santos”.

Ainda na troca de mensagens, Wander diz que vai “guardar o dinheiro”, chamando a aposta de “investimento com sucesso”.

A partida em questão foi realizada no dia 1º de novembro, em Brasília. O Flamengo perdia por 2 a 1 quando, nos acréscimos do segundo tempo, Bruno Henrique cometeu uma falta dura em Soteldo e levou o terceiro amarelo — o que o suspendeu da rodada seguinte. Logo após, foi expulso por reclamação.

Segundo a PF, casas de apostas registraram movimentações incomuns. Em uma delas, 98% das apostas para cartão amarelo naquele jogo foram direcionadas exclusivamente ao camisa 27 do Flamengo.

O indiciamento atinge também nove outras pessoas, entre elas a esposa de Wander e uma prima do jogador. Todos são acusados de envolvimento direto nas apostas. De acordo com as investigações, os lucros individuais chegaram a ultrapassar R$ 6 mil. As apostas teriam sido feitas em diversas plataformas, algumas horas antes da partida.

Apesar do avanço das investigações federais, o caso já havia sido analisado e arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em setembro de 2024. Na época, o tribunal considerou o lance “normal”, avaliou o lucro como “ínfimo” e apontou que a prática de forçar cartões para cumprir suspensão é corriqueira no futebol brasileiro.

A defesa do jogador sustenta a mesma linha: Bruno Henrique estava “pendurado”, e o cartão foi um movimento estratégico comum no esporte. Alegam ainda que a informação era pública, o que justificaria o alto volume de apostas.

O Flamengo, por sua vez, publicou nota reafirmando seu compromisso com a legalidade e prestando apoio ao jogador:

“O Clube tem compromisso com as regras do fair play desportivo, mas também defende o princípio da presunção de inocência e o devido processo legal.”

Agora, o caso será analisado pelo Ministério Público, que poderá ou não apresentar denúncia formal à Justiça. Se condenado, Bruno Henrique pode enfrentar penas que somam até 11 anos de prisão, somando os crimes de fraude em competição esportiva e estelionato.

Enquanto isso, o atacante segue treinando normalmente e permanece à disposição do Flamengo.

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