Morreu um dos grandes. Um escritor que deixar marcas, pegadas, mapas para a imaginação universal. Páginas e páginas que se multiplicam em sentimentos jorrando do coração. Sentidos que se perpetuam em criações libertas. Morreu neste domingo, 13, Mario Vargas Llosa, aos 89 anos.
Indescritível seu saber e suas nuances literárias. Inegável sua importância, refletida nos tantos, milhões, que o amavam pelo significado que urdia, e pelo que tecem suas histórias contadas. Ou recontadas, como A Guerra do Fim do Mundo, antes de tudo um forte tributo a Euclides da Cunha.
Não era meu escritor favorito. Longe de ser o pensador que me representava na leitura dos dias atuais. Mas era o autor de um de meus livros favoritos: A Orgia Perpétua. Li este livro em xerox. Alguém ainda sabe o que é isso? Li por recomendação do meu amigo, Mestre, poeta Salomão Sousa.
O exercício de admiração a Flaubert, o olhar pungente sobre Madame Bovary, a coragem de deixar claro tudo isso e a habilidade de colocar no papel o que era arte, e principalmente o que era amor por outro autor, sempre me pareceram atos de uma sábia mente, virtuosa mente criadora.
Tia Júlia e o Escrevinhador, Pantaleão e as Visitadoras, A Cidade e os Cachorros, O Sonho do Celta, A Festa do Bode (este, eu li), Travessuras da Menina Má, Conversa no Catedral. São tantas as razões para ler o Nobel Vargas Llosa que sua morte nunca dará conta das vidas que criou. É desses que jamais serão enterrados.
Que sua terra natal, o Peru, se orgulhe de seu nome perene, e não o julgue humanamente. A memória universal é a sua essência. Ele é matéria prima da inspiração. Vargas Llosa veio como história e as suas história ficam para contar o que cada um puder absorver de cada uma das páginas que nos levou. Que nos lança aos olhos, bem fundo.