Remakes e remasters de jogos clássicos têm ganhado uma presença marcante no mercado de games nos últimos anos. Títulos como Resident Evil 4, Final Fantasy VII Remake e The Last of Us Part I são a prova de que o apelo nostálgico está mais forte do que nunca. Mas por que será que tanta gente continua investindo em experiências do passado?
Simples: nostalgia vende — e a indústria sabe disso melhor do que ninguém. Reviver uma experiência marcante da infância ou adolescência é um dos motores mais poderosos de vendas hoje em dia. Vai no íntimo, na memória.
É gostoso, né? Eu, pelo menos, acho incrível comparar jogos antigos — que eu achava, e ainda acho, maravilhosos — com a versão atualizada. Às vezes, dá até aquele sentimento: como eu era feliz com tão pouco. Claro, tem remake que realmente supera (e muito) a experiência de anos atrás.
Um bom exemplo de como a nostalgia ainda mexe com os jogadores foi o anúncio de Dragon Ball: Sparking! Zero. Muita gente surtou — e com razão. Mas ele acabou dividindo opiniões. Parte do público esperava algo revolucionário e se decepcionou com o que considerou “mais do mesmo”. Só que aí entra uma contradição: Sparking Zero não é tão diferente de Budokai Tenkaichi 3, que é justamente o antecessor e queridinho de muita gente.
Talvez, na época do BT3, ninguém ligava tanto pra repetição. O que importava era arregaçar os controles, jogar o modo história, desbloquear os personagens e cair no PVP local — tudo isso sem perceber que as lutas seguiam o mesmo padrão, sem grandes inovações de uma pra outra.
Outro ponto que revoltou foi o preço de 350 reais. Poxa… isso tudo pra um game que não é tão diferente de um já foi jogado alguns vários anos atrás? O game do Goku também polemizou por estar muito difícil para alguns jogadores, principalmente no começo contra o Vegeta Oozaru. Que coisa não? Mas isso é assunto pra outra ocasião.
Do ponto de vista das desenvolvedoras, relançar um jogo consagrado é uma aposta segura. A base de fãs já existe, o enredo já foi testado, e ainda dá pra alcançar uma nova geração de jogadores — ou seja, é um jeito de estender a vida útil da franquia sem dar um salto de fé no escuro esperando que lá embaixo exista uma pilha de feno.
Na prática, isso significa: baixo custo, alto retorno. Uma fórmula tentadora, especialmente num cenário em que produzir um jogo novo exige mais dinheiro, tempo e equipe do que nunca.
Mas apesar do sucesso comercial, é importante não cair na armadilha de depender demais dos remakes. Quando os estúdios começam a priorizar só o que já deu certo, o espaço para histórias ousadas, mecânicas novas e ideias criativas vai diminuindo.
Por outro lado, há remakes que realmente reinventam seus originais, atualizando temas, personagens e até diálogos. Final Fantasy VII Remake, por exemplo, expandiu o enredo de maneira inteligente e criativa, trazendo algo novo sem perder a essência.
A onda dos remakes e remasters mostra que o passado ainda tem muito valor no presente. E, quando bem feitos, esses jogos conseguem criar conexões emocionais fortes entre jogadores e suas memórias. O desafio, no fim das contas, é garantir que essa viagem no tempo não impeça a indústria de seguir em frente.
Porque sim: dá pra honrar o passado sem deixar de investir no futuro.