Aos 22 anos, a jovem mineira Laysa Peixoto conquistou milhares de seguidores nas redes sociais e atenção da mídia ao se apresentar como “a primeira mulher astronauta do Brasil”. Mas, nos últimos dias, declarações da estudante passaram a ser questionadas após uma reportagem do G1 revelar contradições em seu currículo e inconsistências em como ela se apresenta publicamente.
Trajetória
A mineira ganhou projeção nacional em 2021, quando participou de um programa educacional internacional voltado ao monitoramento de asteroides. De fato, ela foi creditada pela descoberta de um desses objetos celestes durante uma campanha organizada por uma parceria entre instituições científicas brasileiras e estrangeiras. O feito rendeu destaque na imprensa e nas redes sociais.
Em 2022, no entanto, a jovem passou a afirmar que havia completado um treinamento para se tornar astronauta. A declaração logo chamou a atenção — e gerou dúvidas. A própria NASA desmentiu a informação, esclarecendo que Laysa não participou de qualquer treinamento oficial, pois sequer faria parte dos 10 candidatos a astronautas
E no ano seguinte, em 2023, Laysa voltou a chamar a atenção ao anunciar que havia sido aceita no programa NASA L’SPACE Academy, se apresentando como “Project Investigator” e “Program Analyst” da agência. Mais uma vez, a NASA se manifestou. Dessa vez, informou que o L’SPACE é um workshop (oficina) voltado para estudantes de graduação e não equivale a um programa profissional ou a um cargo oficial dentro da instituição.
O que é certeza
Laysa participará dessa viagem espacial programada em 2029, mas isso depende da aprovação do FAA, sigla para Federal Aviation Administration, a autoridade máxima do transporte aéreo e espacial dos Estados Unidos. Isso porque a viagem será realizada por uma empresa privada (Titans Space) que não tem a licença do FAA para operar essas viagens. O “vínculo” da Nasa com essa missão é meramente o comandante: o astronauta veterano da NASA, Bill McArthur.
Os requisitos para ser astronauta
– Diploma de mestrado em uma área STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), incluindo engenharia, ciências biológicas, ciências físicas, ciência da computação ou matemática, obtido em uma instituição credenciada;
– Mínimo de três anos de experiência profissional relacionada, adquirida após a conclusão do grau (ou 1.000 horas como piloto comandante, com pelo menos 850 dessas horas em aeronaves a jato de alto desempenho, no caso de pilotos).
– Exame físico da NASA para voos de longa duração bem-sucedido.
Defesa
Segundo nota da assessoria, publicada em uma matéria do Portal Terra, não fica claro se a jovem cumpriria o requisito de mestrado para ser astronauta:
“Laysa Peixoto Sena Lage é mineira, nascida em Belo Horizonte.
Após cursar o ensino médio técnico em Informática na FUNEC, ela ingressou na Universidade Federal de Minas Gerais, no curso de Física. A matrícula foi feita após o Enem 2020, com os estudos sendo iniciados em 2021 devido a pandemia. Laysa permaneceu na UFMG de 2021 a 2023, quando se transferiu para a Manhattan College (Manhattan University), em Nova Iorque, Estados Unidos.
Durante sua formação, participou do programa NASA L’Space, aberto a jovens estudantes e profissionais da área, com objetivo de aprendizado de propostas tecnológicas para a NASA. Durante o curso, os alunos desenvolvem propostas de projetos de estudo, e o de Laysa Peixoto foi aceito – Project Investigator – AquaMoon, NPWEE, Proposal para a Nasa.
Em um post em 2023 no Instagram, Laysa postou uma foto mostrando o nome do programa e nunca afirmou que trabalhava para à Nasa, mas que liderava equipes no programa L’SPACE. A participação no programa L’Space gera dois certificados: Nasa NPWEE e Nasa Mission Concept Academy.
Em 2022 Laysa concluiu o curso Advance Space Academy, feito no Alabama, um treinamento que acontece no Marshall Space Flight Center e U.S. Space and Rocket Center, que contou com a presença do Astronauta Larry DeLucas na formatura da Expedicao 36 do Advanced Space Academy.
Laysa também possui os seguinte cursos de formação no MIT: Machine Learning, Modeling, and Simulation Principles – ministrados online.
Laysa foi selecionada pela Titan Space para se tornar uma astronauta de carreira, atuando em voos espaciais tripulados para estações espaciais PRIVADAS e para futuras missões tripuladas a lua e para Marte. O único vinculo indireto do vôo em relação à NASA, é que será comandado pelo astronauta veterano Bill McArthur. Vale esclarecer que somente cidadãos americanos podem ser selecionados como astronautas de carreira da Nasa.
No dia 11/06/2025, o site da Titan Space se encontra desatualizado, informação confirmada através do representante da Titans Space, Neal Lachman, que também confirmou a entrada de Laysa na formação da empresa.
Outras conquistas relevantes:
Medalha de Mérito do MCTI e do Patrick Miller da NASA/IASC pela detecção do Asteroide 2021 PS59, recebida por Marcos Pontes na época, mérito Educacional Carlos Drummond de Andrade,na Câmara de Contagem, em 2021.
Medalha de Prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia e selecionada para a etapa internacional (2020-2021).
Bolsa de estudos para piloto pela empresa VelAir, em Belo Horizonte, através de certificados e méritos acadêmicos.
Selecionada em 2023 para ir a Washington DC, participar de um encontro regional de jovens líderes da United Nations Foundation com sponsorship.”