O Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou uma investigação para apurar falhas no Complexo Viário Luiz José Costa, o Viaduto da Avenida Jamel Cecílio, inaugurado em 2022. A apuração ocorre após um laudo técnico do Ministério Público Federal (MPF) confirmar que as trepidações sentidas pelos motoristas não são uma percepção isolada, mas resultado de desgaste acelerado em componentes essenciais da estrutura.
O documento pericial nº 1130/2025-SPPEA aponta degradação nas bordas das juntas de dilatação — especificamente no “lábio polimérico”, material responsável por amortecer o impacto entre os blocos do viaduto. Segundo os peritos, o desgaste é incompatível com o tempo de uso e pode indicar falha de execução, material inadequado ou dimensionamento incorreto. Esse comprometimento seria a causa direta das vibrações que se tornaram comuns ao trafegar pelo local.
A perícia também identificou erro no sistema de drenagem: um dreno foi instalado sobre uma viga transversal, o que direciona água diretamente à estrutura, aumentando o risco de corrosão e desgaste do concreto.
Um engenheiro que acompanha o caso, porém, afirma que a estrutura principal está preservada e que os problemas decorrem da falta de manutenção ao longo dos últimos anos. Segundo ele, drenos ficaram entupidos por longos períodos e o uso de asfalto sobre o pavimento de concreto agravou ruídos e solavancos.
Diante das irregularidades, a 78ª Promotoria de Justiça deu prazo de 15 dias para que a Prefeitura de Goiânia apresente comprovação das correções nas juntas, adeque o dreno instalado de forma irregular e abra processo administrativo para apurar a responsabilidade da construtora e de profissionais envolvidos. O caso também foi enviado ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO), que deverá avaliar possíveis danos ao erário diante da perda prematura de durabilidade da obra.
A Prefeitura informou que ainda não foi notificada.










