Duas descobertas recentes voltaram a agitar o campo da arqueologia: a misteriosa estrutura submersa próxima à ilha japonesa de Yonaguni e a alegada existência de uma cidade subterrânea sob as Pirâmides de Gizé, no Egito. Ambas despertam a curiosidade do público e dividem opiniões na comunidade científica.
A pirâmide submersa de Yonaguni
Descoberta em 1986, a estrutura localizada a 25 metros de profundidade no mar do Japão ficou conhecida como “Monumento de Yonaguni”. Ela apresenta degraus e plataformas que se assemelham a um templo. Alguns pesquisadores sugerem que possa ter mais de 10 mil anos — anterior, portanto, às pirâmides do Egito e até a Stonehenge, o que mudaria radicalmente a linha do tempo da civilização humana.
O geólogo japonês Masaaki Kimura defende que a estrutura foi moldada por mãos humanas e acredita que pode fazer parte de um continente perdido chamado Lemúria. Já o escritor Graham Hancock, conhecido por defender a existência de civilizações avançadas no passado remoto, aponta possíveis sinais de design intencional na formação.
Por outro lado, especialistas como o arqueólogo Flint Dibble e o professor Robert Schoch, da Universidade de Boston, argumentam que as formas da estrutura são naturais, resultado de processos geológicos típicos de arenitos em áreas de intensa atividade tectônica.
Cidade subterrânea no Egito?
Ainda mais surpreendentes são as alegações de pesquisadores da Itália e da Escócia, que afirmam ter identificado uma imensa rede subterrânea sob as pirâmides de Gizé, no Egito. Segundo a equipe do chamado “Projeto Quéfren”, liderado por Corrado Malanga e Filippo Biondi, foram localizados poços cilíndricos de 640 metros de profundidade, pilares ocultos e duas câmaras gigantes interligadas por caminhos em espiral.
A análise foi feita com tecnologia de radar e tomografia por satélite, permitindo, segundo os cientistas, a reconstrução tridimensional da área sob a pirâmide de Quéfren. A equipe acredita que a rede subterrânea poderia se estender por mais de 2 quilômetros e estar relacionada à mítica “Salas de Amenti”, mencionada em antigas tradições egípcias.
Ainda sem comprovação científica
É importante ressaltar que nenhuma das duas descobertas foi confirmada por revisões científicas independentes. O artigo sobre a suposta cidade subterrânea ainda não foi publicado em revistas científicas reconhecidas, e o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito afirmou que não autorizou escavações na região.
O egiptólogo Zahi Hawass foi categórico em sua crítica:
“Toda essa informação está completamente errada e não tem qualquer base científica”, afirmou em publicação recente.
Já o professor Lawrence Conyers, especialista em tecnologia de radar, questionou a profundidade alegada pelos pesquisadores. Segundo ele, os equipamentos atuais dificilmente conseguem produzir imagens precisas em profundidades tão extremas. Ainda assim, admitiu que estruturas menores podem, sim, ter existido na região, dado o significado espiritual do local.
Enquanto as evidências não forem confirmadas por métodos científicos reconhecidos, essas descobertas permanecem no campo das hipóteses. Ainda assim, elas reacendem o fascínio pelas origens da humanidade e pela possibilidade de civilizações antigas ainda pouco compreendidas.