Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) está em Goiânia para investigar como as interações entre humanos e macacos-prego afetam o desenvolvimento desses animais. A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é realizada no Parque Areião Washington Novaes e faz parte de um estudo nacional sobre a plasticidade fenotípica da espécie em ambientes urbanos.
A investigação busca entender os efeitos positivos e negativos do contato direto entre visitantes de parques e os macacos-prego. Segundo os pesquisadores, práticas como alimentar os animais ou caminhar com cães sem coleira oferecem riscos tanto à fauna quanto às pessoas. Em Goiânia, dois macacos já morreram após ataques de cães, e há registros de primatas reagindo de forma agressiva.
Responsáveis pela coleta de dados no Parque Areião, o pós-doutorando Túlio Costa Lousa e o mestre Rodrigo Mariano observam o comportamento dos animais e das pessoas no local. A coordenadora do projeto, professora doutora Patrícia Izar, explica que o objetivo é fornecer dados científicos que embasem políticas públicas de proteção à fauna urbana.
A pesquisa deve seguir até agosto e inclui uma etapa de aplicação de questionários com os frequentadores do parque. Os resultados serão divulgados em artigos científicos e também em eventos de educação ambiental. A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), responsável pela gestão do parque, planeja criar um centro de estudos sobre os macacos-prego com base nas conclusões do estudo.
Os macacos-prego têm papel importante no ecossistema urbano, especialmente na dispersão de sementes. A alimentação inadequada e o excesso de contato humano interferem no ciclo biológico desses animais e comprometem o equilíbrio ambiental dos parques urbanos.
*Com Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) – Prefeitura de Goiânia