No dia anterior, o dólar teve uma queda de 0,74%, encerrando o dia cotado a R$ 5,7469. Enquanto isso, o principal índice da bolsa de valores terminou praticamente sem variação
O dólar apresenta alta nesta terça-feira (19), com investidores ainda atentos às últimas reuniões do G20 no Rio de Janeiro e aguardando o anúncio do pacote de redução de gastos do governo federal.
O G20, que reúne as principais economias globais, além da União Europeia e da União Africana, está sendo liderado pelo Brasil pela primeira vez. O encontro de líderes tem como prioridades o combate à fome, as mudanças climáticas e a reforma de instituições de governança global, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Essas pautas são centrais na política internacional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Enquanto isso, o mercado segue à espera das medidas prometidas pelo governo para conter os gastos públicos. Com as atenções voltadas para o G20, a expectativa é que o anúncio das ações fiscais ocorra somente após o término das reuniões.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, reverteu as perdas registradas no início da manhã e passou a operar em terreno positivo.
Por volta das 14h, o dólar registrava alta de 0,45%, sendo negociado a R$ 5,7729. Durante o pico do dia, alcançou a cotação de R$ 5,7970.
No dia anterior, a moeda americana encerrou com uma baixa de 0,74%, valendo R$ 5,7469.
Com esse desempenho, os números acumulados ficaram assim:
- queda de 0,74% na semana;
- retração de 0,60% no mês;
- avanço de 18,43% no ano.
Ibovespa
No mesmo momento, o Ibovespa apresentava alta de 0,42%, alcançando 128.346 pontos.
No dia anterior, o índice havia encerrado com uma leve baixa de 0,02%, fechando em 127.768 pontos.
Com esse desempenho, os acumulados ficaram assim:
- queda de 0,02% na semana;
- perdas de 1,50% no mês;
- retração de 4,78% no ano.
O que está movimentando os mercados?
Em uma semana mais curta devido ao feriado da Consciência Negra no Brasil na quarta-feira (20) e sem grandes divulgações de indicadores econômicos nos próximos dias, os investidores continuam atentos às discussões do G20 nesta terça-feira.
O encontro, que reúne líderes das maiores economias globais, além da União Europeia e da União Africana, concentrou-se em temas como o combate à fome, mudanças climáticas e a reforma de instituições de governança global, como a ONU.
Com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dedicados às reuniões, o mercado projeta que o aguardado pacote de cortes de gastos será anunciado apenas após o encerramento do G20.
Cortes de gastos no radar
Apesar do atraso gerar inquietação, a expectativa de uma economia próxima a R$ 70 bilhões em 2025 e 2026 tem agradado investidores. Segundo Caio Megale, economista-chefe da XP, os cortes devem ser distribuídos entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025, com aumento para R$ 40 bilhões em 2026.
No domingo (18), Haddad afirmou em entrevista que o pacote está “fechado” e que falta apenas a resposta do Ministério da Defesa para sua conclusão. O presidente da Câmara, Arthur Lira, já indicou disposição para aprovar as medidas ainda este ano no Congresso.
Cenário externo
No exterior, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue preocupando, aumentando a aversão ao risco e pressionando o preço do petróleo. A tensão se intensificou após declarações de Vladimir Putin sobre o uso potencial de armas nucleares, em resposta ao uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia, com apoio dos EUA.
Nos Estados Unidos, as expectativas sobre cortes de juros continuam a oscilar. Dados econômicos fortes e pressões inflacionárias têm reduzido a previsão de cortes significativos na próxima reunião do Federal Reserve em dezembro. Apesar disso, 61,9% dos analistas ainda esperam um corte de 0,25 ponto percentual.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) também está no radar. O conselheiro Fabio Panetta sugeriu que a instituição adote uma abordagem mais orientada ao futuro, uma vez que os choques econômicos pós-pandemia estão diminuindo.
Esses fatores combinados estão moldando o comportamento dos mercados e a tomada de decisões dos investidores nesta semana.