Segundo bióloga, não há qualquer registro confirmado de sucuris que tenham engolido pessoas
Nos últimos dias, uma área próxima ao Lago Municipal de Leopoldo de Bulhões, em Goiás, atraiu a curiosidade dos moradores devido à presença de uma sucuri gigante, que foi avistada frequentemente pelos chacareiros locais. Imagens do animal foram compartilhadas nas redes sociais, com algumas pessoas até tentando tocá-la com varas.
De acordo com a bióloga e especialista em serpentes Daniella França, as sucuris normalmente não representam perigo para humanos, a menos que sejam provocadas. Um dos mitos sobre essas cobras é que não atacam com o estômago cheio. Na verdade, Daniella esclarece que as sucuris não atacam nem de barriga cheia nem vazia. Quando saciadas, elas se mantêm em locais tranquilos, focadas em sua digestão, e podem até regurgitar a comida se sentirem ameaça, para poder fugir mais facilmente. O tempo de digestão depende do tamanho da presa, podendo durar dias, semanas ou até meses.
Curiosidades sobre a sucuri:
- A linhagem das sucuris é quase tão antiga quanto a dos dinossauros.
- Fêmeas são bem maiores que os machos.
- Durante a reprodução, formam bolos reprodutivos, com vários machos competindo para fertilizar uma única fêmea.
- Não possuem queixo, o que lhes permite abrir a boca o suficiente para engolir grandes presas, como capivaras.
- Mantêm vestígios de ossos próximos à cloaca, resquícios de ancestrais com patas.
- O suco gástrico é potente o suficiente para digerir pelos e ossos.
- Crescem ao longo da vida, mas o ritmo diminui na fase adulta e com alimentação escassa.
- As sucuris podem dar à luz até 50 filhotes vivos de cerca de 50 cm, sem botar ovos.
- Também chamadas de anacondas, são geralmente tranquilas e mais ágeis na água.
- A maior sucuri registrada foi uma sucuri-verde de aproximadamente 9,5 metros.
- Não há registro comprovado de sucuris engolindo pessoas; as notícias sobre acidentes do tipo geralmente são falsas e confundem com incidentes de pítons na Ásia.
A bióloga ainda ressalta que é crime molestar ou matar animais silvestres, essenciais para o equilíbrio ambiental, e reforça que esses predadores de topo ajudam a controlar a população de suas presas.